
Foto: Erick Silva
Uma rede que compartilha a vida por meio do sangue
Hemocentro se prepara para a chegada das férias
Erick Silva
A chegada do mês de julho é uma grande alegria para muitas pessoas, em principal os jovens estudantes dos ensinos fundamental e médio, por significar a chegada das férias escolares. Porém, nesse período, infelizmente a taxa de acidentes no trânsito tende a aumentar, por conta do grande número de viagens programadas.
Pensando em formas de preparar estoques de sangue, para atender o maior número possível de unidades de saúde na grande Goiânia, o hemocentro tem trabalhado fortemente campanhas de incentivo à doação em junho. Entre seus slogans, doe sangue, salve vidas, é um dos mais significativos que vem sendo abordado em palestras de incentivo a doação.
A rede hemocentro atende a mais de 220 serviços de saúde no Estado, nos quais fornece os suprimentos de sangue do sistema ABO (A+, A-, B+, B-, AB+, AB-, O+, O-). Como a população goiana, em sua maioria é do tipo A+ e O+, a demanda por esse tipo tem aumentado. Dentre essas unidades, o hospital de urgências de Goiânia - HUGO, se destaca, chegando a consumir aproximadamente 1.000 bolsas de sangue por dia.
Observando a necessidade da captação de doadores, o banco usa de diversas ferramentas para cativar mais pessoas a efetuar a doação. Desde campanhas internas e externas, contando também com a ajuda da mídia para convidar a população, e dispõe ainda de uma unidade móvel de coleta.
Além disso, lança estímulos como a isenção da taxa de concursos para doadores, aliada a projetos como o ProBem e o Futuro Doador, que visa atingir crianças e adolescentes, os incentivando a doar. O recurso das redes sociais tem sido de grande ajuda na captação. A diretora Denyse Goulart ressalta: "nós estimulamos que as pessoas divulguem nas redes sociais, marquem o hemocentro e isso vai aumentando a nossa rede."

Hemocentro de Goiás | Foto: Erick Pires
Ação
O ato de doar é algo de extrema importância, onde pode-se exercitar solidariedade com o próximo. O sangue é o único componente que não pode ser reproduzido, por meios laboratoriais; só é obtido através das doações voluntárias.
Por meio de seus componentes é possível tratar inúmeras doenças hematológicas, como o câncer, a aids, leucemia, entre outras. De certo modo o sangue não cura, mas ajuda a salvar inúmeras vidas. Mediante uma doação é possível beneficiar até quatro tipos de tratamentos, com o uso das hemácias, plaquetas, leucócitos e plasma.
Embora a população goiana seja solícita, quando informada sobre a necessidade de doadores, ainda existe um grande déficit na coleta de componentes sanguíneos. Denise Goulart, acrescenta, "ainda há uma cultura de pouca adesão à doação".
Mesmo em uma mobilização - quando membros da família ou conhecidos, necessitam de sangue - essas mesmas pessoas, não estabelecem o hábito de doar com frequência, o que acaba prejudicando outros pacientes que também necessitam de componentes sanguíneos e não têm a quem recorrer.
Caso a população adquira o hábito de doar com regularidade, não haveria problemas com ausência de componentes sanguíneos. Sendo importante observar que a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que cerca de apenas dois por cento da população é doadora. O ideal seria de quatro por cento, indicando um grande déficit na coleta, que se reflete em pacientes cujo tratamento depende das doações.
Para resolver este problema, os bancos trabalham assiduamente, com ferramentas de captação de novos doadores e sua fidelização. Utilizando plataformas de cadastro, preenchidas no momento da doação, a fim de manter o cidadão informado de quando se necessita de doadores de determinados tipos sanguíneos e avisá-lo quanto ao tempo para seu retorno.
Pode-se dizer que é um gesto cidadão que pode salvar vidas. A doação leva em média 10 minutos, após a entrevista individual. O sangue coletado é analisado e passa por uma bateria de exames, para identificar se existem quaisquer doenças presentes no sangue. Com a liberação, estará pronto para ser utilizado em tratamentos de hemoterapia.
Doação
Para ser doador é necessário atender a alguns critérios, para a segurança de quem doa e de quem vai receber a doação. Estar em boas condições de saúde; ter entre 18 e 69 anos, desde que a primeira doação tenha sido feita até 60 anos; jovens de 16 ou 17 anos também estão aptos, desde que tenham o consentimento dos pais ou dos responsáveis; pesar no mínimo 50kg; estar descansado (ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas); estar alimentado, evitando alimentos gordurosos nas últimas 4 horas.
Existem também restrições para quem não pode doar. Pessoas que tiveram Hepatite ou Doença de Chagas, Malária ou Sífilis, Usuários de drogas, homens e mulheres que mantenham relações sexuais, sem o uso de preservativo; parceiros sexuais de pessoas infectadas pelo HIV/AIDS, com infeções sexualmente transmissíveis e mulheres grávidas.
A organização mundial da saúde, estabelece que os homens podem fazer até quatro doações durante o ano, respeitando o intervalo de três meses, para cada doação. No caso das mulheres o período é de quatro meses, contabilizando três doações anuais, devido ao ciclo menstrual feminino. No primeiro momento aparenta ser uma quantidade pequena de doações anuais, porém se somada a vários doadores frequentes, esse número pode triplicar, ajudando a salvar inúmeras vidas.
É estabelecido que uma bolsa de sangue pode salvar até quatro vidas, devido à utilização dos quatro componentes sanguíneos. Maria da luz, doadora de primeira viagem, relata a importância do ato de doar: “a gente acha que não é nada, mas ajuda a salvar vidas”.