

Por
ANNA
SANTOS
ECONOMIA
Quem paga a conta?
Olho
O Brasil atualmente atravessa uma grave crise financeira. Mas, em que aspecto exatamente isso atinge aos brasileiros, cidadãos “comuns”, que não foram os culpados diretos dessa situação? Até que ponto podem chegar esses efeitos? Está afetando a dignidade de alguns? São algumas das perguntas que nos remetem a tentar compreender o cenário econômico atual e assim buscar a melhor maneira de se viver.
Dona Cléia, 42 anos, costumava ir à feira do seu setor aos domingos de manhã e levava sacolas e mais sacolas de mantimentos além de comer uma deliciosa pamonha com queijo. As idas à feira hoje em dia são cada vez mais raras, além do mais, quando vai não precisa mais do auxílio de um carrinho de compras pois as sacolas são em menor quantidade agora.
Henrique, 18 anos, lembra-se de como fora bem atendido por um vendedor em uma loja de renome. Hoje, o mesmo vendedor trabalha das ruas de Goiânia para tentar manter o sustento. A eficiência não foi suficiente para manter o emprego de carteira assinada.
Os exemplos não param por aí. O número de vendedores ambulantes aumentou perceptivamente. Basta “dar uma volta” no eixo anhanguera para notar também que o número de pessoas que pedem dinheiro sobe a cada dia, assim como cresce também o número de desempregados.
A renda familiar diminuiu enquanto a inflação sobe cada vez mais e a previsão para melhorias desse quadro não são das melhores. Os ricos, tadinhos, tambémsofrem com os efeitos da crise. Um exemplo é Val Marchiori. A socialite declarou ao site “Ego” que está se adaptando à crise: foi à Itália e comprou três bolsas Chanelao invés de seis como era de costume. Uma bolsa dessas custa em média mais de um salário mínimo que o operário trabalha o mês todo para receber.
E, afinal, quem paga a conta? Os brasileiros. Especificamente os da classe trabalhadora. Quando se fala em corte de gastos os funcionários públicos são lembrados para que retire alguns benefícios a que tem direito além de frequentes atrasos na folha de pagamento e cortes nas aposentadorias. No entanto, certas“regalias” à parlamentares como subsídio mensal, verba indenizatória, auxílio moradia, cota postal, cota telefônica, entre outrosnão se traz à discussão no quesito corte de gastos.
O brasileiro que paga os impostos, os mais altos do mundo, e respeita as leis, e que, acima de tudo, não foi o culpado direto desta situação acaba sofrendo os efeitos dessa crise da pior maneira possível. Quando tudo isso vai acabar ainda não é certo.Quem não deve ser prejudicado éo trabalhador, o pai de família, a dona de casa, estudantes e demais cidadãos que compõem a sociedade brasileira.